Odnośniki
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[ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ] esses viajantes inesperados que acreditávamos fixados à terra. Parece que aqui tocamos uma determinação de toda a obra do pintor: Marc Chagall desenha bem demais para ser pessimista. Confia em seu lápis, confia em seu pincel, logo o mundo é belo. 0 universo é digno de ser pintado. Faz bom tempo, sentimo-nos bem num mundo que é belo. A alegria de pintar é uma alegria de viver. 0 universo os desenhos de Chagall o provam tem, para além de todas as misérias, um destino de felicidade. 0 homem deve reencontrar o Paraíso. XIII Ao escolher um itinerário de leitura, dentre muitos outros, não pude dizer todas as riquezas da obra de Chagall. Seria preciso um livro inteiro para comentar uma tal obra. Para além das preferências que nos detiveram, seria preciso conhecer as próprias preferências do artista. Nem tudo está desvendado. 0 pintor, bem entendido, não tem que nos dizer a razão de suas escolhas. Mas, diante da exuberância de tanta riqueza de ilustração, coloca-se precisamente o pro- blema de uma filosofia da ilustração. Para entender esse problema deveríamos reviver a solidão do pintor diante de sua página branca. Essa solidão é grande, pois nada o ajuda a extrair das trevas da história a fisionomia dos seres desa- parecidos. Não há nada a copiar. Há tudo a criar. E que tarefa, a de desenhar os Profetas, dar a cada um a originalidade de um rosto. Os Profetas de Chagall possuem, no entanto, um traço comum : são todos ohagallianos. Tra- zem a marca de seu criador. Para um filósofo das imagens, cada página deste livro é um documento onde pode estudar a atividade da imaginação criadora. AS ORIGENS DA LUZ* I Repete-se indefinidamente que as fábulas de La Fon- taine são dramas condensados, relembra-se que o fabulista foi um observador que corria os campos e escutava todas as histórias do mundo. Ao longo de sua obra, ele conta o que viu. Mas eis o inverso : Marc Chagall vê o que lhe é contado. Melhor : vê imediatamente o que se lhe ia contar. É visão criadora. É pintura inquieta. Ele também nos revela luzes ao mesmo tempo profundas e móveis. Colocando as clarida- des onde é preciso, cie conta. Por qual admirável dom de sínteses condensou ainda mais era suas águas-fortes as já tão condensadas fábulas do fabulista? É porque, com segurança e felicidade, surpreen- deu o instante dominante da narrativa. Olhe bem uma das gravuras e a gravura vai, sozinha, se pôr a fabular. Chagall soube apreender o próprio germe da fábula- Então, diante de você, tudo vai germinar, crescer, florir. A fábula vai sair da imagem. Por exemplo, você tudo sabe quando o pintor lhe mostra as duas cabras tolas, chifres contra chifres, sobre a tábua estreita que serve de ponte acima do abismo. Se não se recorda mais da fábula, olhe bem a imagem ela vai lhe dar a moral da história. Fazendo-o ver, Chagall o faz falar. Prolongue o prazer de ver as duas frontes afrontadas AS ORIGENS DA LUZ 2:i e encontrará rimas. A pintura de gênio vai forçá-lo a ser um poeta de talento. Algumas vezes foi difícil ilustrar a comédia. Mas o olho chagalliano lê no fundo dos corações. Veja a página em que o sapateiro deve finalmente lhe contar as desventu- ras de um financista. Quanto a mim, eu o ouço rir, esse Gregório! Eu o ouço rir com o próprio riso de Chagall, um riso de vida plena, no inteiro ardor de ser vivo. Jamais, antes da água-forte de Chagall, o sapateiro Gregório bateu tão fortemente a gáspea, nem virou tão vigorosamente a ca- beça para puxar o linhol. Você não adivinha por que? É que Chagall, o rápido Chagall, pegou o operário em sua alegria final, numa alegria jamais vivida antes, nessa super- alegria proporcionada por uma libertação, depois que ele entregou o tesouro e não antes de recebê-lo : para o inferno as preocupações! O galo pode cantar. Os ladrões esses bons folgazões! podem vir visitar o porão do sapateiro. Serão logrados. Desde a véspera, Gregório entregou ao fi- nancista os malditos escudos, as moedas que o impediam de trabalhar. Chagall sabe de tudo isso, diz tudo isso. Conta com a ponta que corre sobre o cobre polido, com o pincel que coloca alegrias suplementares nos momentos vivos. Ele conta: fábula com seus olhos abertos. Colha, portanto, o instante chagalliano e você terá o testemunho das forças acumuladas numa visão unitária. Chagall é um conden- sador. Mas veja ainda a fábula A raposa e as uvas, que La [ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ] |
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